sexta-feira, 21 de setembro de 2018

Analfabetismo no Brasil


Ao analisarmos os dados sobre analfabetismo no Brasil, consideramos que se trata de um problema que possui longa história no país. Em 1886, enquanto o porcentual da população escolarizada no Brasil era de apenas 1,8%, na Argentina este índice era de 6%. A obra História da Instrução Pública no Brasil (1500-1889), ajuda a entender o impacto acerca da educação na época do Brasil Império.

Fatos como esse ajudam talvez a entender por que, em 2018, enquanto a Argentina ocupava o 47º lugar no ranking de IDH (Índice de Desenvolvimento Humano), o Brasil ocupava a 79º posição, em situação bem inferior à de outros países da América Latina.

Outro dado alarmante é que 35% dos analfabetos brasileiros já frequentaram a escola. As razões para o fracasso são várias:
·                Escola de baixa qualidade (em especial nas regiões mais pobres);
·                Trabalho precoce;
·                Baixa escolarização dos pais;
·                Despreparo da rede de ensino.

O baixo desempenho do ensino, caracterizado pelas baixas taxas de sucesso escolar, sobretudo nos primeiros anos de escolaridade, e o que é pior, atingindo as crianças mais jovens.

Em termos relativos, as maiores taxas de analfabetismo estão em municípios localizados na Regiões Norte e Nordeste. Condições socioeconômicas dessas localidades que diante de suas características, promovem a manutenção dessa situação de exclusão social. o Nordeste brasileiro tem a maior taxa de analfabetismo do País, com um contingente de quase oito milhões de analfabetos, o que corresponde a 50% do total do País.

Segundo os dados oficiais do IPEA, o Nordeste lidera o ranking do analfabetismo no Brasil. Estados como Piauí e Alagoas, estão no topo desse ranking.

Em um país que representa uma das piores concentrações de renda do mundo, a distribuição da educação e renda não poderia ser diferente. Enquanto nos domicílios cujo o rendimento é superior a dez salários mínimos é de apenas 1,4%, naqueles cujo rendimento é inferior a um salário mínimo é de quase 29%. No Nordeste, essa situação é mais dramática; a taxa de analfabetismo das famílias mais pobres é vinte vezes maior que aquele das famílias ricas.

Distribuição de renda e de educação são duas ações que caminham juntas. Políticas estruturais de distribuição de renda (como a reforma agrária) assim como as emergenciais (como os programas de renda mínima) aumentam as chances de permanência das crianças e jovens nas escolas.

Por sua vez, crianças e jovens com maior escolaridade passam a ocupar empregos mais bem remunerados. Os ganhos sociais advindos de ações dessa natureza, com certeza, trarão impactos muito positivos na sociedade brasileira. O Brasil precisa e pode construir uma escola com infraestrutura adequada, capacitar os docentes, pagar-lhes salários justos. Não é possível conviver passivamente com a terrível constatação de que 59% dos alunos de 4ª série do ensino fundamental não apresentam habilidades de leitura compatíveis com o nível de letramento apropriado para concluintes desta série. Pior, não apresentam habilidades de leitura suficientes que os tornem aptos a continuarem seus estudos no segundo segmento deste nível de ensino.

Lembramos que segundo o IBOPE, o conceito indicado em suas pesquisas para considerar uma pessoa alfabetizada é ‘’a pessoa capaz de ler e escrever pelo menos um bilhete simples no idioma que conhece’’.

Segundo o Governo, O Plano Nacional de Educação, prevê erradicar o analfabetismo absoluto até 2024. 

E seu candidato, tem algum plano para Educação?

mapa do analfabetismo do Brasil
http://portal.inep.gov.br/documents/186968/485745/Mapa+do+analfabetismo+no+Brasil/a53ac9ee-c0c0-4727-b216-035c65c45e1b?version=1.3

Dados oficiais do IPEA.




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